Planejar é o ato de organizar plano ou roteiro; programar ou projetar. Nesse sentido, o planejamento escolar é importante pois auxilia a escola na definição de seus objetivos e metas, bem como o caminho a ser percorrido para que sejam atingidos. O planejamento escolar também é uma oportunidade de aprendizado, uma vez que pode apresentar propostas de estudos e trocas de experiências. Nessa ocasião, podem ser criados vínculos colaborativos entre os professores, por meio de propostas de projetos interdisciplinares e eventos educacionais, fortalecendo assim a equipe e trazendo muitos ganhos ao processo de ensino e de aprendizagem. Por essas razões e outras mais, a Área de Gestão Pedagógica (Geped), do Grupo de Supervisão Educacional (GSE), propõe materiais que poderão subsidiar as Escolas Técnicas nos momentos de (re)planejamento escolar e outras ocasiões, como reuniões pedagógicas e de curso, em que a equipe gestora e docente poderá reunir-se para alinhar as ações pedagógicas.
Caso desejem sugerir temas a serem abordados, pedimos encaminhá-los ao endereço de e-mail:
Para um bom planejamento, é fundamental que a equipe pedagógica faça uma organização prévia. Para tanto, sugere-se:
Observar o calendário escolar e os principais eventos da escola, pensando em atividades que poderão ser desenvolvidas;
Levantar os principais indicadores da Unidade (metas e projetos previstos no PPP; resultados dos Conselhos de Classe, de avaliações internas e externas, dentre outros) para serem apresentados aos professores;
Elaborar um cronograma com os dias em que será possível reunir os docentes ao longo do ano e quais temas poderão ser abordados (Reuniões Pedagógicas, Reuniões de Curso e Planejamentos);
Organizar os momentos e os temas que serão abordados em cada encontro, buscando fazer um bom aproveitamento do tempo para tratar de assuntos pertinentes;
Abordar os temas de maneira dinâmica e prática, pensando em como o professor poderá utilizar o conhecimento adquirido em sua atuação docente. Nessa oportunidade “o menos é mais”, portanto, menos teoria e mais prática;
Considerar oportunidades de aprendizado, interação, socialização e trocas de experiências exitosas desenvolvidas pelos professores, para reconhecer boas práticas e motivar os demais. Fique atento para não destacar sempre os mesmos professores, gerando ciúmes nos demais. Valorize a equipe;
Incentivar o desenvolvimento de projetos interdisciplinares, com foco nas metas da Unidade, reconhecidas pelos seus indicadores de desempenho;
Apresentar exemplos de projetos interdisciplinares, de Plano de Orientação da Aprendizagem Híbrida, de ações desenvolvidas em outras escolas etc.;
Conscientizar os professores sobre a importância do planejamento das aulas e dos registros escolares.
O Ensino Híbrido é composto de modelos de aulas que consideram o aluno no centro do processo educativo. É caracterizado por modelos sustentados, que mantém características do ensino tradicional, e modelos disruptivos, que rompem com essas características.
Outra especificidade da proposta de Ensino Híbrido é a possibilidade de oferta de aula sendo parte offline e parte online, desta forma, o professor propõe aos alunos atividades sem uso da tecnologia (atividades individuais ou em grupo) e, também, atividades intermediadas pela tecnologia (no laboratório, na oficina, em casa etc.) que auxiliarão a captar dados para que o professor consiga personalizar o processo de ensino e de aprendizagem. O professor assume o papel de mediador valendo-se dos resultados obtidos para orientar o estudo dos alunos, utilizando a tecnologia como suporte e recurso que facilita e otimiza o trabalho docente.
No Ensino Híbrido é preponderante o uso de metodologias ativas, que colocam o aluno como protagonista, proporcionando um aprendizado personalizado, o que também se constitui um desafio ao professor, que também adquirem conhecimentos e aprimoram suas aulas.
Para ampliar os conhecimentos sobre esse tema, propomos os recursos a seguir:
Vídeo:
Desmistificando o Ensino Híbrido – com Fernando Trevisani
Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação
Fundação Lemann
Descrição: Neste curso, oferecido pela Fundação Lemann em parceria com o Instituto Península, você terá a oportunidade de aprender, a partir de experiências reais, como integrar as tecnologias digitais no seu contexto escolar. As vivências compartilhadas pelos diferentes professores envolvidos neste curso lhe proporcionarão reflexões sobre os modelos de Ensino Híbrido e sua relação com a personalização do ensino. A expectativa é apresentar a você possibilidades de integração das tecnologias digitais ao currículo escolar, de forma a alcançar uma série de benefícios no dia a dia da sala de aula, entre elas: Aproximação da realidade escolar com o cotidiano do aluno; Maior engajamento dos alunos no aprendizado; Melhor aproveitamento do tempo do professor; Ampliação do potencial do professor para intervenções efetivas; Planejamento personalizado. A carga horária prevista para a conclusão do curso é de 40h. Vamos lá? Comece agora mesmo!
As metodologias ativas propõem a concepção de aluno como ser ativo no seu processo de aprendizagem. Nessa perspectiva, a “Pirâmide de Aprendizagem” (1986), do psiquiatra americano William Glasser (1925-2013), pode auxiliar na compreensão de qual o método a ser proposto para que os alunos se apropriem do conhecimento de maneira mais eficaz.
Essencialmente, a pirâmide apresenta duas maneiras de adquirir o aprendizado: nos quatro níveis correspondentes ao topo demonstra um aprendizado passivo, em que o aluno lê, observa, vê e ouve; nos três níveis correspondentes à base, apresenta-se um aprendizado ativo, no qual o aluno discute sobre o assunto com outras pessoas, produz algo e, por fim, o aprendizado mais eficaz, que é quando o aluno é capaz de ensinar ao outro. Essa percepção auxilia na escolha de métodos mais eficazes ao processo de ensino e de aprendizado.
O uso de metodologias ativas tem o potencial de promover um aprendizado mais prazeroso e motivador. As metodologias tradicionais, que estão voltadas para o professor como detentor e transmissor do conhecimento e concebem o aluno como um repositório de informações e conteúdos, e por vezes exigem a memorização ou a repetição de conceitos, vêm caindo em descrédito e não atendem mais à necessidade de ensino imposta pelo contexto atual, no qual a informação está disponível a um toque na tela do celular. Dessa forma, o aluno tem condições de traçar percursos formativos distintos, a partir de conhecimentos e experiências individuais.
Retomando a “Pirâmide de Aprendizagem”, e fazendo um paralelo com a proposta de aquisição de conhecimento e experiências individuais, as metodologias ativas tornam-se relevantes a partir do instante em que propõem e permitem que o aluno participe ativamente do seu processo de aprendizagem. Nesse sentido, o aluno aprende a partir de vivências e experiências e não apenas tendo acesso à informação, como adverte Jorge Larrosa Bondía, em Notas sobre a experiência e o saber de experiência (2002): “experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca.” (BONDÍA, 2002, p. 21). Desta forma, o autor ainda destaca que “é necessário separá-la da informação” (BONDÍA, 2002, p.22) pois o fato de ter mais informação não constitui ter mais experiência, certo que a informação pode ser acumulada sem necessariamente ser posta em prática.
Portanto, um dos princípios propostos pelas Metodologias Ativas é pôr o aluno no centro do processo educativo, ocupando lugar de protagonismo, de autoria e de autonomia. Na mesma perspectiva, o professor atua como mediador, tutor e orientador do aprendizado, propondo percursos, atividades e desafios ao aluno, de tal modo que ele possa adquirir conhecimento e desenvolver competências e habilidades necessárias ao sucesso do seu processo formativo e transformador.
Referência:
BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação [online]. 2002, nº.19, pp.20-28. ISSN 1413-2478. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-24782002000100003>. Acesso em: 18 ago. 2021.
Leituras:
Como as metodologias ativas favorecem o aprendizado
A proposta de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) vem sendo estudada há alguns anos. Em 2015 a BNCC foi publicada; em 2017 ocorreu a homologação da BNCC da Educação Infantil e Ensino Fundamental; em 2018 foi aprovada a BNCC do Ensino Médio.
O objetivo da BNCC é ter uma base para elaboração dos currículos de todas as etapas da Educação Básica brasileira, sendo usada pelas redes de ensino e instituições escolares públicas e particulares do país.
Como toda mudança e nova proposta, traz desafios à equipe escolar. Os conhecimentos, as habilidades e as atitudes são contemplados na BNCC em suas competências gerais, que têm como foco o desenvolvimento global do aluno, em suas múltiplas dimensões, na perspectiva plural, singular e integral. Ao promover o diálogo entre as disciplinas propostas no currículo escolar e as competências gerais, a escola cumpri a missão de preparar o aluno para estar no mundo, atuando como estudante, cidadão, profissional, dentre outros papéis assumidos ao longo da vida.
As dez competências gerais previstas na BNCC do Ensino Médio devem estar conectadas ao currículo escolar, ao passo que abordam as dimensões do desenvolvimento humano, a saber:
Competências Gerais da BNCC do Ensino Médio
Dimensões do desenvolvimento humano
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Conhecimento
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Pensamento científico, crítico e criativo
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Senso estético e repertório cultural
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Comunicação
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Cultura Digital
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Trabalho e projeto de vida
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Argumentação
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
Autoconhecimento e autocuidado
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
Empatia e cooperação
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Autonomia e cidadania
Fonte: Base Nacional Comum Curricular – Educação é a Base – Ensino Médio (páginas 9 e 10)
Leitura:
Base Nacional Comum Curricular – Educação é a Base – Ensino Médio
O ato de planejar está presente em quase todas as ações humanas, pois norteia o desenvolvimento de atividades com foco em atingir um objetivo específico. No trabalho do professor não é diferente, uma vez que é necessário planejar a aula, a fim de cumprir o currículo escolar. Além disso, uma aula bem planejada torna o processo de ensino e de aprendizagem mais prazeroso, motivador, envolvente e produz melhores resultados.
Assim sendo, o Plano de Trabalho Docente (PTD) é um importante instrumento de planejamento das aulas. Para a sua elaboração, o docente deve utilizar como subsídio o Plano de Curso da Habilitação Técnica na qual leciona, bem como as diretrizes específicas para cada modalidade de ensino, caso existam.
Nas escolas técnicas, o PTD é inserido no Sistema Acadêmico semestralmente, mesmo para os cursos com oferta anual.
Os docentes têm até 15 dias letivos, a partir do início das aulas, para envio do documento.
A área de Gestão Pedagógica (Geped) orienta que os PTDs estejam liberados para consulta pela comunidade escolar até 30 dias letivos a partir do início das aulas.
O PTD é composto pelos campos:
• Competências
• Habilidades
• Bases Tecnológicas / Conhecimentos / Temas
• Procedimentos Didáticos
• Instrumentos de Avaliação
• Critérios de Avaliação (relacionados aos Instrumentos)
• Material de Apoio Didático
• Proposta de Integração Curricular ou Interdisciplinaridade
• Estratégias de Recuperação Contínua
Cabe destacar que a Unidade de Ensino poderá definir a quantidade mínima de instrumentos de avaliação a ser inserida pelo professor por bimestre, não podendo ser inferior a dois instrumentos. O cronograma de cada atividade deverá ser, no máximo, quinzenal.
Sempre que pertinente, a Geped disponibiliza Memorandos, vídeos e materiais orientativos para as equipes escolares, coordenadores e docentes.
Grupo de Supervisão Educacional (GSE):
Grupo de Formulação e Análises Curriculares (Gfac):